quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cientistas conseguem desenvolver cérebro de ratos com síndrome de Down


Cientistas americanos descobriram uma forma de reverter a síndrome de Down em ratos de laboratório recém-nascidos, injetando um composto experimental que faz com que o cérebro cresça normalmente.
 Embora o estudo, publicado no periódico Science Translational Medicine, não ofereça vínculo direto a um tratamento em humanos, os cientistas são esperançosos de que algum dia possa oferecer um caminho para futuras descobertas.
Outra pesquisa inseriu um gene para calar a cópia extra do cromossomo 21 que causa a síndrome 
Novo tratamento para síndrome de Down ainda é futuro distante, dizem médicos
Não há cura para a síndrome de Down, que é provocada pela presença de um cromossomo excedente, que produz cópias extras de mais de 300 genes, causando problemas intelectuais, traços faciais característicos e às vezes outros problemas de saúde.
A equipe da Universidade Johns Hopkins usou ratos de laboratório que foram geneticamente modificados para ter cópias extras de cerca de metade dos genes encontrados no cromossomo humano 21, provocando condições similares à da síndrome de Down - entre elas, cérebro menor e dificuldade em aprender como se mover em um labirinto.
No dia em que os ratos nasceram, os cientistas injetaram neles uma pequena molécula, conhecida com o nome de agonista da via Sonic Hedgehog.
O composto, cuja segurança para uso em humanos não foi testada, foi concebido para estimular o crescimento normal do cérebro e do corpo através do gene denominado SHH.
O gene dá instruções para produzir uma proteína denominada Sonic Hedgehog, que é essencial para o desenvolvimento.
"Funciona lindamente", disse o autor do estudo, Roger Reeves, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.
 "A maioria das pessoas com síndrome de Down tem um cerebelo com cerca de 60% do tamanho normal", afirmou.
"Nós conseguimos normalizar completamente o crescimento do cerebelo até a idade adulta com esta injeção única", acrescentou.
A injeção também produziu benefícios inesperados no aprendizado e na memória, normalmente vinculados a uma parte diferente do cérebro conhecida como hipocampo.
Os cientistas descobriram que os ratos tratados se saíram tão bem quanto os normais em um teste no qual precisavam localizar uma plataforma no meio de uma piscina.
No entanto, ajustar o tratamento para uso em humanos seria complicado, pois alterar o crescimento do cérebro poderia ter consequências indesejáveis, como provocar câncer, por exemplo.
"A síndrome de Down é muito complexa, e ninguém pensa em uma panaceia que normalize essa condição", disse. "Será necessário adotar abordagens múltiplas", acrescentou.

AFP Em Washington
04/09/201319h26

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Como o autismo ajudou Messi a se tornar o melhor do mundo


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Messi é autista. Ele foi diagnosticado aos 8 anos de idade, ainda na Argentina, com a Síndrome de Asperger, conhecida como uma forma branda de autismo. Ainda que o diagnóstico do atleta tenha sido pouco divulgado e questionado, como uma maneira de protegê-lo, o fato é que seu comportamento dentro e fora de campo são reveladores.
Ter síndrome de Asperger não é nenhum demérito. São pessoas, em geral do sexo masculino, que apresentam dificuldades de socialização, atos motores repetitivos e interesses muito estranhos. Popularmente, a síndrome é conhecida como uma fábrica de gênios. É o caso de Messi.
É possível identificar, pela experiência, como o autismo revela-se no seu comportamento em campo — nas jogadas, nos dribles, na movimentação, no chute. “Autistas estão sempre procurando adotar um padrão e repeti-lo exaustivamente”, diz Nilton Vitulli, pai de um portador da síndrome de Asperger e membro atuante da ong Autismo e Realidade e da rede social Cidadão Saúde, que reúne pais e familiares de “aspergianos”.
“O Messi sempre faz os mesmos movimentos: quase sempre cai pela direita, dribla da mesma forma e frequentemente faz aquele gol de cavadinha, típico dele”, diz Vitulli, que jogou futebol e quase se profissionalizou. E explica que, graças à memória descomunal que os autistas têm, Messi provavelmente deve conhecer todos os movimentos que podem ocorrer, por exemplo, na hora de finalizar em gol. “É como se ele previsse os movimentos do goleiro. Ele apenas repete um padrão conhecido. Quando ele entra na área, já sabe que vai fazer o gol. E comemora, com aquela sorriso típico de autista, de quem cumpriu sua missão e está  aliviado”.
A qualidade do chute, extraordinária em Messi, e a habilidade de manter a bola grudada no pé, mesmo em alta velocidade, são provavelmente, segundo Vitulli, também padrões de repetição, aliados, claro, à grande habilidade do jogador. Ele compara o comportamento de Messi a um célebre surfista havaiano, Clay Marzo, também diagnosticado com a síndrome de Asperger. “É um surfista extraordinário. E é possível perceber características de autista quando ele está numa onda. Assim, como o Messi, ele é perfeito, como se ele soubesse exatamente o comportamento da onda e apenas repetisse um padrão”. Mas autistas, segundo Vitulli, não são criativos, apenas repetem o que sabem fazer. “Cristiano Ronaldo e Neymar criam muito mais. Mas também erram mais”, diz ele.
Autistas podem ser capazes de feitos impressionantes — e o filme Rain Man, feito em 1988, ilustra isso. Hoje já se sabe, por exemplo, que os físicos Newton e Einstein tinham alguma forma de autismo, assim como Bill Gates.
Também fora de campo, seu comportamento é revelador. Quem já não reparou nas dificuldades de comunicação do jogador, denunciadas em entrevistas coletivas e até em comerciais protagonizados por ele? Ou no seu comportamento arredio em relação a eventos sociais? Para Giselle Zambiazzi, presidente da AMA Brusque, (Associação de Pais, Amigos e Profissionais dos Autistas de Brusque e Região, em Santa Catarina), e mãe de um menino de 10 anos diagnosticado com síndrome de Asperger, foi uma revelação observar certas atitudes de Messi.
“A começar pelas entrevistas: é  visível o quanto aquele ambiente o incomoda. Aquele ar “perdido”, louco pra fugir dali. A coçadinha na cabeça, as mãos, o olhar que nunca olha de fato. Um autista tem dificuldade em lidar com esse bombardeio de informações do mundo externo”, diz Giselle. Segundo ela, é possível perceber o alto grau de concentração de Messi: “ele sabe exatamente o que quer e tem a mesma objetividade que vejo em meu filho”.
Giselle observou algumas jogadas do argentino e também não teve dúvidas:  “o olhar que ‘não olha’ é o mesmo que vejo em todos. Em uma jogada, ele foi levando a bola até estar frente a frente com um adversário. Era o momento de encará-lo. Ele levantou a cabeça, mas, o olhar desviou. Ou seja, não houve comunicação. Ele simplesmente se manteve no seu traçado, no seu objetivo, foi lá e fez o gol. Sem mais”.
Segundo Giselle, Messi tem o reconhecido talento de transformar em algo simples o que para todos é grandioso e não vê muito sentido em fama, dinheiro, mulheres, badalação. “Simplesmente faz o que mais sabe e faz bem. O resto seria uma consequência. Outra aspecto que se assemelha muito a meu filho”.
Outra característica dos autistas, segundo ela, é ficarem extremamente frustrados quando perdem, são muito exigentes. “Tudo tem que sair exatamente como se propuseram a fazer, caso contrário, é crise na certa. E normalmente dominam um assunto específico. Ou seja, se Messi é autista e resolveu jogar futebol, a possibilidade de ser o melhor do mundo seria mesmo muito grande”, diz ela.
A ideia de uma das maiores celebridades do mundo ser um autista não surpreende, mas encanta. Messi nunca será uma celebridade convencional. Segundo Giselle, ele simplesmente será sempre um profissional que executa a sua profissão da melhor forma que consegue — mas arredio às badalações, às entrevistas e aos eventos.  “Ele precisa e quer que sua condição seja respeitada. Nunca vai se acostumar com o assédio. Sempre terá poucos amigos. E dificilmente saberá o que fazer diante de um batalhão de fotógrafos e fãs gritando ao seu redor. De qualquer modo, certamente a sua contribuição para o mundo será inesquecível”, diz ela.
Roberto Amado 26 de agosto de 2013

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Professora com síndrome de Down lança livro de fábulas sobre inclusão

Débora Araújo Seabra de Moura, de 32 anos, a primeira professora com síndrome de Down do Brasil, acaba de lançar um livro com fábulas infantis que têm a inclusão como pano de fundo. O livro traz contos que se passam em uma fazenda e têm os animais como protagonistas. Eles lidam com problemas humanos como preconceito e rejeição, caso do sapo deficiente que não conseguia nadar, da galinha excluída do grupo por ser surda e do passarinho de asa quebrada que precisou ganhar a confiança dos outros bichos para poder voar com eles.
Com 32 páginas, a obra Débora conta histórias (Araguaia Infantil, R$ 34,90) estará à venda nas livrarias a partir desta segunda-feira (5). As ilustrações são de Bruna Assis Brasil.
A professora também usa os bichos para abordar a importância da tolerância, respeito e amizade. Uma das fábulas é sobre a discriminação que o pato sofria por não querer namorar outras patas, e sim, patos.
Em outra, Débora conta a história de amizade entre um cachorro e um papagaio. Alguns contos foram escritos baseados em situações vividas por ela. O texto da contracapa é do escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro.
Usei os animais, mas as histórias se encaixam aos humanos. É preciso respeitar e incluir todo mundo, aceitar as diferenças de cada um. Ainda existe preconceito, afirma Débora.
O livro nasceu em 2010, quando a jovem resolveu escrevê-lo para dar presente de Natal aos pais, o médico psiquiatra José Robério e a advogada Margarida Seabra. Queria fazer uma surpresa, e eles ficaram felizes, adoraram a ideia.
Margarida lembra que a filha passou alguns meses dedicada a escrever a obra escondida no quarto, quando a mãe entrava de surpresa ela tratava logo de proteger o presente.
A gente não imaginava, achávamos que fosse um diário. Os contos não foram escritos com a expectativa de se tornar livro, mas como o resultado agradou a todos, Margarida se rendeu aos conselhos e pedidos dos amigos e da família e foi em busca de uma editora. Antes, cogitou publicá-lo de forma independente, mas não foi preciso.
Não foi a primeira vez que a professora testou o lado escritora. Antes do livro de fábulas, escreveu a própria história que depois de ter as folhas impressas e presas por um espiral, foi dada aos pais. Toda a família leu, guardamos como lembrança, mas achei que era comum. Já com as fábulas fiquei muito emocionada. As pessoas se surpreenderam pela dedicadeza das histórias, diz Margarida.
A obra Débora conta histórias será lançada oficialmente no mês de setembro em um evento para convidados, em Natal. Ainda não há data definida.
Escolas regulares
A autora da obra nasceu em Natal (RN) e há nove anos trabalha como professora assistente em um colégio particular tradicional da cidade, a Escola Doméstica. Débora sempre estudou em escolas da rede regular de ensino e se formou no curso de magistério, de nível médio, em 2005.
Quando começou a frequentar a escola, pouco se sabia sobre a síndrome de Down. Débora contou com o apoio da família que contrariou a tendência de matricular a filha uma escola especial, assim como fazia os pais naquela época. Nunca cogitei uma escola especial porque Débora era uma criança comum. A escola especial era discriminatória e ela precisava de desafios. Não sabia muito bem como seria, mas estava aberta para ajudar minha filha a encarar qualquer coisa, diz Margarida.
Nem sempre foi fácil. Débora já foi vítima de preconceito. Ainda na educação infantil, lembra de ter sido chamada de ´mongol´ por um garoto. Ela chorou, ficou magoada, mas encontrou na professora uma aliada que explicou à classe que ´mongóis´ eram os habitantes da Mongólia e ainda ensinou as crianças o que era a síndrome de Down.
Por conta de sua experiência com professora, Débora já foi convidada para palestrar em várias partes do país e até fora dele, como Argentina e Portugal. Sempre que pode participa de iniciativas para ajudar a combater o preconceito, como apresentações teatrais – mais uma de suas paixões.
Fonte: G1

sábado, 29 de junho de 2013

COMO O CÉREBRO DO AUTISTA FUNCIONA!



Uma menina autista que não falava e nem nunca escreveu na vida, de repente se senta um dia na frente do computador e escreve pedindo ajuda. Desde então começou a expressar através do teclado aquilo que não conseguia comunicar nem dizer sobre seus anseios, sentimentos e conflitos. Isso trouxe novas descobertas sobre o autismo. A mente do autista é consciente, mas seu cérebro funciona numa velocidade diferente e por isso ele não consegue se expressar como as demais pessoas. Eles entendem, mas o corpo reage a impulsos elétricos cerebrais sem o controle deles. Maravilhosa descoberta!
E agora que você sabe dessa possibilidade de comunicação, compartilhe o vídeo para as outras pessoas também conhecerem essa descoberta.
Se você tem um familiar ou amigo autista, escreva nos comentários seu depoimento.
(E para maio divulgação, compartilhe esse vídeo sempre que ele estiver escondido lá embaixo do seu mural; assim ficará mais visível para as demais pessoas)

This video, it's about an autistic child who got to communicate with the world through a computer and is now revealing to the world what goes on in the world of the autistic children.
http://www.youtube.com/watch?v=8tHcWyTE2AE